Pessoas posto aqui um poema de Adriano Espínola ,talvez ele seja a voz mais atual na poesia cearense e quiça nacional.Indico dele os livros "Táxi","Beira-Sol" e "Fala Favela".
Prateleiras
Entro no supermercado da esquina.
Os objetos olham para mim,
extasiados,
dentro do carrinho de mão vermelho,
esmaltado de água mineral,
ao lado de brancas garrafas de leite,
tabletes de caldo de galinha Knorr,
creme de barbear Williams etc.
De que dependem?
do meu jeito.
Depois de alguns dias,
os objetos em casa envelhecem,
se quebram,se vão.
Fico numa de traído,enganado.
(mas volto outra vez ao supermercado.)
Então descubro o logro:
A vida em mim é que é infiel
marca breve.
Os objetos,não:
estes se renovam
esplendidamente nas
prateleiras.
*livro: "Outras praias".
Adorei...
ResponderExcluirNão conheço esse Autor, mas vou procurá-lo pra ler.
Abraços.